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DIVINO AMOR

anjo-anjo

Um deus,
eis o que sou!

Observe o que te afirmo no seguinte contexto…

Não sou deus desde sempre.
Preteritamente também fiz parte da ordem dos pobres mortais.
Que reles condição!

Indubitavelmente deves estar a indagar-se sobre a qual ordem dos deuses eu faça parte,
ou mesmo, sobre qual deus eu seja.

Pois bem, não vos farei segredo, pois de que serve um deus, que não seja para servir aos seus. Por isso não vos farei oculta minha divindade.

Todavia, antes precisarei contar-te como vim a tornar-me um imortal…

Todo homem é potencialmente um deus. Mas apenas ser dotado de potencialidade não é suficiente. É preciso que haja condição favorável; é preciso ainda, e é um pré-requisito essencial, que exista uma segunda pessoa, esta deve ser especial, de mimosa perfeição e de ternura inigualável… de resto, o universo e os deuses são responsáveis.

Assim, para tornar-me uma divindade, nem os deuses, nem o universo, tão pouco a segunda pessoa contaram com o concurso da minha vontade.

Por isso esta dádiva dos céus independe do querer…
simplesmente tu te tornas divino pelas condições dos teus sentimentos…
estes quanto mais nobres forem, mais poderoso serás.

Existe, entre as divindades do Olimpo, um deus cognominado Eros, filho do deus Poros com a deusa Penia.

Eros é a divindade mais bela e poderosa de todas as divindades, pois tem o poder de criar deuses, de imortalizar criaturas mortais!

Em imortalizar-se, o homem transcende as barreiras do impossível e busca pela felicidade, não a própria, mas daquele ao qual seu coração jurou perpetuamente devotar-se.

Eros é deus do amor…
ou ainda, o próprio amor!

Quando um coração se apresenta em perfeita condição, lá se instala…
Eros, o próprio deus, ai passa a residir.

Aquele, então, cujo coração habita o amor, nada mais se torna do que o próprio deus.

Hênio Aragão