Teus olhos pousados nos meus,
negros como noite escura invadida pelas luzes estelares
prendem-me como por encanto!
Extático, numa morbidez intima, permaneço…
Solitário, penetro a imensidão do universo particular da minha alma
Olhar difuso…
difuso sonho em embriaguez profunda
Momento de contemplação…
Divago!
E se desvia doce olhar,
em vácuo escuro e frio não tardo a estar
Mesmo perdido em abismo isolado, há algo a me acompanhar…
nobre e bela,
companhia salutar que por mim vive a zelar…
é amor que jaz no peito!
O vácuo é superado,
não preciso d’ele escapar,
pois logo é suplantado pelo que de grande existe em coração enamorado
Hênio Aragão